SÍNDROME DE GABRIELA

“EU NASCI ASSIM, EU CRESCI ASSIM, E SOU MESMO ASSIM, VOU SER SEMPRE ASSIM...”

I. Identificando o Problema Esse trecho tão conhecido da música-tema da novela
“Gabriela”, baseada na obra de Jorge Amado, tem se transformado numa argumentação muito utilizada no nosso meio ultimamente.

1) Você pode imaginar um tipo de situação em que esse argumento poderia ser usado por alguém?
Certamente, essa desculpa é usada em situações não muito agradáveis, tensas e às vezes até conflitantes nos relacionamentos interpessoais.
Precisamos, num primeiro momento, tentar decifrar os significados envolvidos nesse argumento, ou seja, o que se quer dizer realmente quando se usa essa desculpa:
“Sou assim mesmo.”

2) O que você pensa que uma pessoa quer dizer quando usa essa afirmação?
Parece, de certa forma, um ultimato, uma afirmação categórica da irremediabilidade da situação, da falha, do defeito de uma pessoa.
E vai além.
Quando uma pessoa alega que “não tem jeito”,
na verdade, quer dizer, conscientemente ou não, duas coisas:

A) Você tem que me aceitar do jeito que eu sou.
Essa afirmação, subentendida, mostra que a própria pessoa já desistiu de tentar mudar. Reconhece seu defeito, mas passou a aceitá-lo e a conviver pacificamente com ele.
O problema é que conviver pacificamente com nossos defeitos pode, em muitos casos,
significar uma convivência não muito pacífica com os outros.
Isso porque nem sempre estamos igualmente prontos a aceitar os defeitos dos outros. Interessante é que, normalmente, quem diz “você tem que me aceitar do jeito que eu sou”
nem sempre acrescentaria
“que eu estou pronto a te aceitar do jeito que você é”.
Não seria muita precipitação dizer que aí está uma das maneiras mais comuns de se iniciar um conflito de relacionamento, que tende a se alastrar.

B) Jesus transforma tudo em mim, menos isso.
Nesse momento, começam a surgir duas dúvidas:

B1. Será que Jesus quer mesmo me transformar por inteiro?
Não seria uma anulação total da minha pessoa?
Pode ser que Jesus não pretenda transformar totalmente nossa personalidade e temperamento, mas se há em nós algo que definitivamente atrapalha relacionamentos, isso precisa ser tratado.

B2. Será que Jesus tem poder mesmo pra transformar esse defeito?
Que tem, não há dúvida.
A questão é: creio nisso?
Dou espaço para que o Espírito Santo atue?
A essa altura, devemos parar e nos perguntar: tenho, pelo menos em algum grau,
a Síndrome de Gabriela?
Como isso tem afetado meus relacionamentos?
O que há em mim que pode estar causando problemas de relacionamentos?
Esse questionamento se torna importante porque é muito comum pensarmos que temos problemas de relacionamento com Fulano ou Cicrano por causa de defeitos deles, e não, nossos. Até que ponto isso é verdade?
Defeitos, todos nós temos.
Alguns são mais fáceis, outros mais difíceis de tratar.
Uns afetam mais os relacionamentos, outros menos.
Alguns aparentemente não afetam em nada, mas uma análise mais cuidadosa pode nos surpreender.
Sejam quais forem esses defeitos, a Bíblia tem resposta para eles.
Ela deixa claro que o Espírito Santo, e só Ele, pode tudo transformar.

II. Vencendo a Síndrome de Gabriela
O texto que se encontra em Efésios 4:17 – 5:2 mostra essa realidade.

1) Como os versículos 17 a 19 retratam o quadro de alguém com a Síndrome de Gabriela?
Paulo fala de alguém vaidoso (v.17), duro de coração
– resistentes ao trabalho de regeneração do espírito
- (v.18) e insensível
– acomodado à situação de crise pessoal (v.19).
Em resumo: viver com a Síndrome de Gabriela É PECADO.

2) Como a ilustração de transformação do
“velho homem” para o “novo homem” pode nos ajudar a vencer a Síndrome de Gabriela?

3) Em 5:1 Paulo nos estimula a sermos “imitadores de Deus”.
Em 5:2 ele nos estimula a andarmos em amor, assim como Cristo fez,
entregando sua própria vida por nós.
Em que sentido podemos “morrer” pelos outros?
Morremos para os outros quando sacrificamos o nosso próprio ego, desejos e direitos em benefício da comunidade.
Três Passos para a vitória:

1) Reconhecer que a grande causa dos conflitos de relacionamentos
que temos pode ser o nosso próprio modo de ser e agir em relação aos outros.

2) Identificar o que há em nós que tem causado conflitos com outras pessoas.
Devemos colocar essas questões diante de Deus,
crendo no Seu poder para transformar isso em nós e reconhecendo
a importância de mantermos a unidade, a paz.

3) Deixar o Espírito Santo atuar em nós, buscando manifestar o Seu fruto em nossas vidas. Muitas batalhas se seguirão, mas, em Jesus, somos mais que vencedores!
Algumas outras dicas podem ser importantes:
a) Procure identificar qualidades nas outras pessoas.
b) Aceite os defeitos dos outros. Você também tem os seus.
c) Não dê espaço para sentimentos do tipo
“por que eu tenho que aceitar os defeitos dos outros se ninguém aceita os meus?”.
Talvez as pessoas estejam tentando melhorar.
Talvez elas nem sequer tenham reconhecido que isso é um defeito.
d) Não imponha seus defeitos aos outros.
Quando as pessoas percebem que estamos tentando melhorar, elas aceitam com mais facilidade e podem até ajudar.
Não seja orgulhoso.
Aceite a ajuda.
e) Não encare sua responsabilidade de melhorar como algo dependente da mudança dos outros. Tome a iniciativa.
f) Não se esqueça do que está escrito em Rm.12:18:
“No que depender de vós, tende paz com todos os homens”.
Faça sua parte, Deus não vai cobrar de você a responsabilidade do outro.

Pr Clinton e Juliana Lenz César